A
esclerose múltipla (EM) é uma doença inflamatória que não tem
cura e extremamente invasiva. Atinge as fibras nervosas responsáveis
pela transmissão de comandos do cérebro a várias partes do corpo,
provocando um descontrole interno generalizado. Muitas vezes o termo
esclerosado é usado para as pessoas que perdem a memória ou
apresentam outras confusões mentais quando vão envelhecendo. Não
tem nada a ver! A
esclerose múltipla não tem nenhuma relação com as limitações
que surgem com o envelhecimento. Trata-se de um problema comum em
adultos jovens, na faixa de 20 a 40 anos. O maior pico é por volta
dos 30 anos. Raramente pessoas na terceira idade desenvolvem a
doença.
A
esclerose múltipla não é um processo degenerativo contagioso e, na
maioria dos casos, não é fatal. Apesar de não ser herdada, atinge
pessoas geneticamente predispostas a doença e se manifesta de
diferentes modos. Atualmente, há cerca de 35 mil brasileiros que
sofrem deste mal. E, em geral, as mulheres são as mais atingidas (na
proporção de duas mulheres para um homem).
O
diagnóstico não é simples e pode levar alguns anos para ser feito
corretamente, pois os sintomas se assemelham, em alguns casos, com
outros tipos de doenças do sistema nervoso (devido
aos sintomas iniciais, muitas vezes o paciente nem procura orientação
médica). Entre os principais sintomas da doença estão alteração
no controle de urina e fezes, comprometimento da memória, depressão,
dificuldades de movimentos, fala e deglutição, dores articulares,
dormências, fadiga intensa, mudanças de humor, paralisia total ou
parcial de uma parte do corpo, perda da visão em um ou ambos os
olhos, queimações, sensações de formigamento. tremores e
tonturas. Segundo o neurologista Dagoberto Callegaro, “estes sinais
podem levar horas ou dias para aparecer. Em média, a doença inicia
com um surto por ano ou um a cada dez meses. Chamamos de surto um
novo sintoma neurológico que provoca uma alteração sensitiva ou
motora”.
A
forma mais comum de esclerose múltipla é a recorrente-remitente
(quando os surtos podem deixar seqüelas ou não). A
primário-progressiva é a pior forma de esclerose, onde a evolução
da doença é galopante. A rápida progressão pode causar paralisia
dos membros, perda da visão ou demência se não for tratada a
tempo.
A
esclerose múltipla pode se manifestar de 4 formas:
-
Remitente-recorrente: é a manifestação clínica mais comum, caracterizada por surtos que duram dias ou semanas e, em seguida, desaparecem.
-
Progressiva-primária: apresenta uma progressão de sintomas e comprometimentos (seqüelas) desde o seu aparecimento.
-
Progressiva-secundária: pacientes que evoluíram da forma remitente-recorrente e vão piorando lenta e progressivamente.
-
Progressiva-recorrente: do tipo progressiva com surtos. Desde o início da doença, mostra a progressão clara das incapacidades geradas a cada crise.
A
ciência ainda não descobriu a causa da doença nem sua cura
(atribui-se à doença a uma reação auto-imune do organismo, que em
algum momento e por algum motivo, começa a atacar o Sistema Nervoso
Central). Acredita-se que o motivo mais provável seja um vírus não
identificado até o momento.
Entendendo
melhor o desenvolvimento da esclerose múltipla
Ainda
não se sabe o porquê do ataque ao Sistema Nervoso Central,
que é dirigido à mielina – uma substância gordurosa que cobre as
fibras nervosas do cérebro e facilita a comunicação entre as
células. Esse ataque acontece silenciosamente e recebe o nome de
desmielinização (o processo de destruição das camadas da
mielina). Uma vez que as camadas da mielina vão sendo destruídas,
as mensagens que saem do cérebro são atrasadas ou bloqueadas de
vez, alterando, assim, o funcionamento da região que esperava um
comando de ordem. Onde quer que a camada protetora seja destruída,
forma-se um tecido parecido com uma cicatriz. Daí o nome esclerose.
E é múltipla, pois atinge várias áreas do cérebro e da medula
espinhal . A gravidade de cada caso está relacionada com a área
afetada. Se atinge a medula, o paciente geralmente manifesta
fraqueza, dormência ou paralisia dos braços e pernas. Não se tem
como avaliar o desgaste da mielina; por isso, o diagnóstico é
basicamente clínico, baseado nas queixas dos pacientes, em seu
histórico médico, na avaliação dos sintomas e na existência de
sinais neurológicos (através de testes para avaliação de
coordenação, reflexos e sensibilidades). Exames como ressonância
magnética, avaliação
do líquido da medula espinhal (líquor)
e potencial
evocado também
são fundamentais neste momento.
Recomendo
assistir o vídeo abaixo
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